CPMI do INSS: Comissão investiga fraudes em descontos previdenciários e enfrenta desafios políticos
Comissão parlamentar reúne indícios de irregularidades e provoca tensões entre parlamentares em meio ao cenário pré-eleitoral
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga supostas irregularidades em descontos na folha de pagamentos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta repercussões políticas antes mesmo de completar uma semana de atividade.
Senadores como Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM) avaliam a possibilidade de deixar a comissão. A decisão está relacionada à condução da eleição para a presidência e relatoria da CPMI, que acabou sendo liderada por parlamentares da oposição ao governo. Internamente, os senadores sinalizaram que preferem evitar o envolvimento direto na defesa da atual gestão federal em um ano pré-eleitoral, especialmente diante do tema sensível relacionado a benefícios previdenciários.
O líder do PSD no Senado, Omar Aziz, informou que convocará a bancada para discutir o posicionamento do partido. Ele chegou a disputar a presidência da CPMI, mas foi derrotado, o que classificou como resultado de uma falha de articulação governista no Parlamento.
A comissão foi instaurada após a operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou um esquema envolvendo cobranças indevidas autorizadas por meio de associações, sem consentimento prévio dos beneficiários. De acordo com as investigações, essas cobranças podem ter somado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A CPMI é composta por 15 deputados e 15 senadores titulares, com igual número de suplentes. Em poucos dias de funcionamento, a comissão já superou em número de requerimentos a CPI da Pandemia — foram 1.578 solicitações até a noite de quinta-feira (4). Os requerimentos podem incluir convocações, pedidos de informações e quebras de sigilo. Deste total, 572 requerimentos são de autoria de parlamentares do PL, seguidos por 368 do PT e 151 do Novo.
Entre os próximos passos, estão programados os depoimentos do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ex-diretor de Benefícios André Paulo Félix Fidelis, previstos para segunda-feira, 13. Stefanutto foi exonerado após a deflagração da operação federal. A convocação foi proposta por parlamentares de diferentes siglas, incluindo PL, PT, Novo e Podemos.
O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que são apurados indícios de omissões administrativas e falhas de segurança durante a gestão anterior, incluindo o uso de um sistema de biometria sem homologação. Ainda segundo membros da CPMI, essas práticas teriam permitido descontos não autorizados na folha de benefícios do INSS, o que motivou a investigação parlamentar.
Fontes:
– Metrópoles
– CNN Brasil
– Revista Veja
Análise Comparativa de Notícias
🔹 Notícia 1: Senadores querem deixar CPMI do INSS: “PT que trabalhe para defender”
🔸 Trechos com linguagem parcial, emocional ou tendenciosa:
- “O Partido dos Trabalhadores vai ter que trabalhar”, ironizou um dos senadores
- “A saída dos três senadores, se efetivada, é ruim para o governo pela simbologia da debandada de três nomes de peso.”
- “…ninguém quer se expor para defender o governo da acusação de desvio de dinheiro de aposentados…”
- “…mas foi derrotado pela oposição no que classificou de um ‘cochilo’ do governo.”
✅ Trechos neutros e factuais:
- “Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM) articulam sair da CPMI do INSS com menos de uma semana de trabalho.”
- “O PT de Lula tem como titular os senadores Rogério Carvalho (SE) e Fabiano Contarato (ES).”
- “Líder do PSD, o senador Omar Aziz vai reunir o partido nesta quarta-feira (26/8) para discutir o assunto.”
- “Renan já avisou ao líder de seu partido […] que só atuou na da Covid por se tratar de uma pandemia.”
🔹 Notícia 2: CPMI do INSS já supera CPI da Pandemia em número de requerimentos
🔸 Trechos com linguagem parcial, emocional ou tendenciosa:
Nenhum trecho apresenta linguagem emocional evidente. A matéria adota um tom técnico e estatístico ao abordar os números e composição da CPMI.
✅ Trechos neutros e factuais:
- “Registrava 1.578 requerimentos protocolados até a noite dessa quinta-feira (4).”
- “Levantamento da CNN constatou que 572 requerimentos são de autoria de parlamentares do PL […]”
- “A CPMI é composta por 15 deputados e 15 senadores titulares […]”
- “No total, as entidades teriam cobrado de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6,3 bilhões […]”
🔹 Notícia 3: CPMI vai ouvir o ex-presidente do INSS na próxima segunda-feira
🔸 Trechos com linguagem parcial, emocional ou tendenciosa:
- “Indícios de omissões graves […] permitiram que falhas sistêmicas e vulnerabilidades fossem exploradas para fraudar beneficiários.”
- “Durante sua gestão, foi autorizado o uso de sistema paralelo […] Tal medida afronta a legislação […]”
- “…considerando a negligência gerencial que vitimou milhões de brasileiros.”
⚠ Observação: Embora sejam falas citadas de políticos, a ausência de contraponto ou contextualização as torna parciais no efeito ao leitor.
✅ Trechos neutros e factuais:
- “O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto será ouvido na próxima segunda-feira 13 […]”
- “Em abril, ele foi exonerado do cargo[…]”
- “Sua convocação foi sugerida pelos senadores Eduardo Girão (Partido Novo-CE), Fabiano Contarato (PT-ES) […]”
🔍 Comparação entre as versões
| Elemento | Notícia 1 | Notícia 2 | Notícia 3 |
|---|---|---|---|
| 🔄 Foco | Articulação política, bastidores da CPMI | Dados quantitativos e estrutura da CPMI | Convocação de ex-dirigentes do INSS |
| 🎯 Viés/Tendência | Leve viés anti-PT/governo, tom político | Neutra, baseada em dados | Leve viés crítico à gestão passada no INSS |
| 🗣️ Equilíbrio de vozes | Predomínio de falas de senadores dissidentes | Equilíbrio na apresentação de autoria dos requerimentos | Falas centralizadas em parlamentares críticos |
| 💬 Grau de emocionalidade | Moderado | Baixo | Alto (nas falas dos parlamentares sobre omissões) |
| 📰 Vocabulário | Informal, politizado (“cochilo”, “ironia”) | Técnico e objetivo | Jurídico, acusatório (“negligência”, “afronta”) |
| 👥 Representatividade política | Destaca atuação do PT e oposição | Relação proporcional dos requerimentos por partido | Múltiplos partidos citados como autores de pedidos |
⚖️ Conclusão
A versão mais equilibrada e neutra é a Notícia 2, por se apoiar em dados concretos, vocabulário técnico e ausência de linguagem emocional.
A Notícia 1 possui tom mais politizado e linguagem levemente inclinada contra o governo, especialmente ao enfatizar conflito entre senadores e o PT.
Já a Notícia 3, embora focada em depoimentos e responsabilização, adota linguagem com forte carga emocional e crítica, aumentando o viés negativo contra a gestão implicada.

