
Enquanto o país se divide entre “vermelhos” e “azuis”, o jogo político continua sendo o mesmo — só muda quem segura a bandeira.
Nos últimos anos, o debate político no Brasil virou uma espécie de campeonato nacional. Cada lado com sua torcida organizada, seus ídolos e seus inimigos jurados. Mas no fim das contas, será que esquerda e direita realmente estão tão distantes assim?
Quando o assunto é disputa por poder, os dois lados jogam com as mesmas cartas: alianças de conveniência, discursos inflamados e promessas que evaporam depois das eleições.
A esquerda prega inclusão, mas muitas vezes fecha os olhos para seus próprios privilégios de bastidor. A direita fala em liberdade, mas costuma querer controlar o comportamento alheio.
No campo econômico, a linha que separava um governo intervencionista de um liberal anda cada vez mais borrada. O pragmatismo venceu a ideologia — e o “centro” virou o novo esconderijo dos que não querem assumir lado nenhum.
A verdade é que, enquanto a população briga nas redes sociais, quem realmente manda continua tomando café junto em Brasília. Esquerda e direita são importantes para o debate, mas quando viram times rivais, o país inteiro perde o jogo.
No Brasil, a política é como o espelho: cada lado enxerga o erro no outro, mas evita olhar o próprio reflexo.

